23.9.09

::|:..::.:..:::Desafios intemporais:|:.::.:.|:.:


Fernando Pessoa deixou escrito haver um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas e esquecer os caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares.Não é fácil deixar para trás a segurança das "roupas usadas". Levámos algum tempo a fazer os ajustes necessários para que ficassem perfeitas e agora que nos pedem para as colocarmos de lado, não podemos deixar de sentir alguma relutância em fazê-lo, muitas vezes apenas por uma questão de comodidade. Os hábitos acumulados moldaram a nossa forma de estar e pensar em mudar isso agora deixa-nos com os nervos em franja. Os nossos dias foram caindo numa rotina confortável em que não nos era exigido mais do que o necessário para que a máquina não parasse. Trataram de olear bem a engrenagem de forma a manter a vontade cativa e direccionada para os lugares de sempre.Mas eis que chega o dia em que nos obrigam a ponderar se queremos ser apenas mais uma peça da engrenagem ou se queremos ser a mão que põe a máquina a funcionar.O caminho é sinuoso. Ninguém disse que iria ser fácil aprender a pensar e a caminhar de novo.Mas se não ousarmos fazê-lo, ficará para sempre a dúvida, e se...Alimentada por um arrependimento crescente acabará por roubar-nos a vontade e atirar-nos para um estado de alheamento em que mais não fazemos do que amaldiçoar o peso que a vida ganhou subitamente.E antes que seja tarde, é preciso parar para pensar: vamos continuar a culpar tudo e a todos por não termos tido a coragem necessária para arriscar ou vamos fazer algo para mudar isso e começar a escrever a nossa história de uma vez?

Como vês a vida?!

Junta-se no interior de um bar, um grupo de amigos que debatem a essência da vida.

Para um, a essência da vida não é cómica.

É trágica.A tragédia toca a verdadeira e dolorosa essência da vida. A tragédia confronta.

Enquanto para o outro, as aspirações dos humanos são tão ridículas e irracionais (que só nos apetece rir). A comédia escapa.

Subitamente um terceiro desafia os dois a analisar um episódio banal a que assistiu. Lança o repto e questiona os amigos se aquela história tem material para uma comédia ou para uma tragédia.

Cada um molda a história que ouviu de acordo com a sua visão da vida.

Assistimos de um lado a uma tragédia – a queda de uma mulher apaixonada, enquanto o outro compõe uma deliciosa comédia romântica.

No final, ambos concordam que não há uma essência definitiva que se possa eleger e brindam. Brindam aos bons e maus momentos.

Trágicos ou cómicos, a coisa mais importante a fazer é gozarmos a vida enquanto podemos porque só passamos por cá uma vez, e quando acabar, acabou.

E quando menos esperamos, pode acabar assim... (com um estalar de dedos).

Malditas cobras...

Era uma vez uma cobra que começou a perseguir um pirilampo.
Ele fugiu com medo da feroz predadora, mas a cobra não desistia.
Um dia, já sem forças, o pirilampo parou e disse à cobra:
- Posso fazer três perguntas?
- Podes. Não costumo abrir esse precedente, mas já que te vou comer, podes perguntar.
- Pertenço à tua cadeia alimentar?
- Não.
- Fiz-te alguma coisa?
- Não.
- Então porque é que me queres comer?
- PORQUE NÃO SUPORTO
VER-TE BRILHAR!